quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

RODELÃO6970 2015

Contribuição de PY1TTN - Humberto 


EQUALIZAÇÃO- II



(Estação de PY1TTN - Humberto)






Equalizadores Gráficos ou Paramétricos?
Que tipo utilizar?


Esta decisão cabe aos próprios operadores envolvidos com a modalidade de processamento de áudio em SSB, pois cada um precisa saber como utilizar estes módulos e com que escopo, um ou outro tipo de equalizador deverá ser utilizado.

Como decidir:

Lendo e estudando a fundo os manuais dos equalizadores, sejam eles gráficos ou paramétricos, e toda e qualquer literatura, confiável, a respeito do tema equalização.
Essas atitudes serão importantíssimas para o perfeito entendimento, utilização e aplicação desses módulos, pois esta etapa é o coração do processamento de áudio.

Combinando o estoque de conhecimento, conseguido com o estudo, ao longo do tempo, sobre o tema em questão, com a análise do funcionamento da estrutura de transmissão do transceptor (resposta às frequências de ataque), com o qual se deseja operar, conseguiremos traçar uma curva confiável de equalização. 

Com qual escopo: 

Podemos utilizar um equalizador gráfico para traçar uma curva simples, assim como o paramétrico, todavia a equalização paramétrica possui outras finalidades pertinentes ao nosso hobby, as quais podem ser exploradas e que não estão disponíveis na equalização gráfica.

Abaixo alguns exemplos:

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1) Podemos atenuar um zumbido de 60hz, que às vezes aparece na transmissão, ou mesmo aquele barulho de ventoinha (cooler), de um linear ou computador, simplesmente criando um filtro de atenuação para frequência do “barulho”;

2) Outra aplicação diz respeito à limitação de BW na TX atenuando de forma bem precisa qualquer frequência acima, por exemplo, de 3000hz;

Os exemplos 1 e 2 estão representados na curva de equalização discriminada abaixo:



3) Alguns equipamentos podem ser “empurrados”, no inicio e no final da curva de EQ, (Low End) e (Hi end), respectivamente, via equalização paramétrica, como é o caso do IC 746 primeira versão e TS 870S da Kenwood, que possuem banda passante na transmissão de 2400hz e 3000hz respectivamente.
Desta forma, “empurrando o áudio”, sensibilizamos frequências anteriormente não atacadas.

O primeiro, quando alimentado via modulador balanceado, entrada de ACC 1, pinos 2 e 4, com o filtro original, pode chegar a uma TX com range de 90hz a 2900hz, e o segundo, para os modelos fabricados até o ano de 2000, consegue ocupar um espaço na TX compreendido entre 60hz a 4200hz.

De que forma?

Existe na equalização paramétrica, aplicada ao processamento de áudio, em SSB, uma opção que denominamos, “dobra de filtro”, utilizando a mesma frequência.

Quando atacamos determinada freqüência, ou um conjunto delas, por exemplo, médias altas e altas, conseguimos expandir a resposta na ponta final da curva Hi End.

O ataque na parte baixa da curva, Low End, geralmente é mais suave, pois os equipamentos já respondem bem a um volume maior existente na disposição da resposta às frequências baixas e médias baixas disponíveis. Ou seja, essas frequências comumente já são exploradas quase na sua totalidade, não necessitando de um ataque extremo.

Podemos até certo ponto, acima da resposta conseguida, normalmente, em função da capacidade das laterais dos filtros, ditada pelo Shape Factor, resgatar, através de uma investida correta na equalização paramétrica, uma pequena, mas considerável resposta das frequências no Low End e Hi End que estão disponíveis, mas que não são exploradas com os métodos tradicionais, conforme demonstramos na curva de equalização traçada abaixo:


(Curva de EQ TS870S, objetivando ataque no Hi End, traçada com a utilização do EQ Behringer Feedback Destroyer DSP 1100)

O “Boost” colocado no somatório das frequências, a partir dos 3000hz, faz com que a resposta da curva suba de forma exponencial. Na marca de 3450hz o ataque é de 8 dbs, a 3800hz temos 16bs e no final da curva a 4200hz conseguimos empurrar 36 dbs de ganho, sem que ocorra distorção.


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De que maneira a arquitectura dos filtros responde a este ataque, pois existe um limite que não pode ser ultrapassado. WZ5Q, Mike, nos ensina:

“Sabemos que podemos empurrar as saias (bordas) dos filtros analógicos, aumentando o nível de sinal nos pontos de corte. Por exemplo: Um filtro analógico com um ponto limite de -6dB em 3Kc, outro ponto limite de -20dB ao redor de 4Kc e por ultimo uma atenuação de -60dB em 6Kc.

Naturalmente qualquer frequência acima de 3Kc será atenuada cada vez que, subirmos mais e mais alto, as frequências. Isso quer dizer que a banda passante será de 0 a 3Kc, com a frequência em 3kc sendo atenuada em 6dB.

Em teoria, a solução seria "Empurrar" a saia (borda) do filtro aumentando o nível de sinal na frequência de 3Kc em 6dB fazendo com que a resposta em 3Kc passa-se a ser de 0dB.

Podemos efectuar os mesmos ataques em outras frequências mais altas. Ou seja, quanto mais subirmos as frequências, mais o filtro quererá atenuar o sinal. Então precisaremos "incrementar" (ganho) ainda mais as frequências mais altas. 



Alcançaremos um ponto onde obteremos retornos negativos ao processamento de áudio e não poderemos "empurrar" o filtro muito mais longe sobre o ponto, por exemplo, de 20dB, que chamamos “ponto de corte definitivo”. Caso tentemos seguir em frente com o ataque, a resposta soará de forma “suja”, ou seja, com vários sopros intratáveis.
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Para efectuarmos este agrupamento em várias frequências na equalização, e com ganhos (dB), aumentando gradualmente, precisaremos ser exigentes connosco mesmos, procedendo correctamente o ajuste e exigindo um grau de EQ muito preciso, controlando a largura de banda e nível em db, para atingir a resposta que procuramos.

Existe alguma oposição, da própria arquitectura dos filtros, a esta prática, pois se não for feito correctamente, o resultado não será aquele esperado. Porém, se for executado de maneira convincente, com cuidado e moderação, poderemos nos beneficiar de um Low e Hi End, que estava adormecido e que pode aparecer sem nenhuma anomalia adicional de sinal, tal como: Splatter, IMD, etc. “

A imagem abaixo demonstra a reposta, na curva de TX do TS 870S, que conseguimos utilizando as informações acima descritas.



A curva amarela espelha a resposta do equipamento alcançando 3450hz no Hi End, com o processamento sendo exercido de maneira a não auferir resposta além do que a estrutura dos filtros inicialmente se propõe, ou seja, corte a partir dos -6dbs.

De outra forma, a curva verde demonstra o Plus que se consegue com o ataque às frequências a partir dos 3450hz. Notem que no ponto a onde a curva amarela cai, além dos 6dbs, a linha verde começa a subir, fruto do exímio aumento no ganho das frequências que seguem para cima ao logo da curva.

Com este incremento, no ganho em db, na resposta das frequências acima da marca de 3450hz, temos o aparecimento mais acentuado do reconhecimento da fala. Letras com o “M” “N” “S” Z”, deixam de ser confundidas, evidenciando qualidade, e podemos reconhecer essas consoantes com mais facilidade.

Se levarmos em conta os -6dbs, que são o padrão para os filtros, o ganho com esta captura de frequência, é da ordem de 750hz, pois a reposta da TX termina em 4200hz, mesmo com a arquitectura do filtro disposta a atenuar este trabalho de equalização.

O ganho em Hz nas frequências que poderão ser alcançadas, para baixo ou para cima, com a utilização deste recurso explorador, oriundo da equalização paramétrica, depende de cada um dos equipamentos de amador que sofrerá este tipo de ataque.
Não obstante, é uma prática que pode ser desenvolvida, utilizando-se um ou outro transceptor mais antigo e também sem DSP, estes últimos, de preferência, sendo atacados via modulador balanceado.



Escrito por: Humberto, py1ttn@yahoo.com.br

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