quinta-feira, 20 de setembro de 2012

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Há 64 anos, Rádio era feita ‘à mão’

Fundador da Difusora lembra época em que, no lugar de tecnologia, radialismo tinha improviso e muita paixão


Humberto Carvalho, com 86 anos, se emociona ao falar da cobertura do carnaval de rua há 6 décadasFoi com grande emoção que um dos profissionais pioneiros da Rádio Difusora de Alagoas recebeu 
Humberto Carvalho, com 86 anos, se emociona ao falar da cobertura do carnaval de rua há 6 décadas 
reportagem da Tribuna Independente e abriu seu coração ao recordar as ações efetuadas em 1948 com a implantação da primeira rádio em Maceió. Seu Humberto Calheiros Carvalho, de 86 anos, fez parte da direção técnica da Difusora e não conteve o seu entusiasmo ao falar do amor que sentiu e sente até hoje ao lembrar das ações da rádio no Estado.
Ele, que foi sonoplasta e controlista da rádio, inaugurada há 64 anos, no dia 16 de setembro, fez uma viagem no túnel do tempo, ressaltando como era bom transmitir eventos como bailes e festas de carnaval para os alagoanos naquela época. “O carnaval era transmitido com uma verdadeira armação artesanal. Era realizado na Rua do Comércio, de cima de uma marquise, próximo do antigo Cinema São Luiz. A equipe colocava uma escada e subia de poste em poste conectando os fios de telefone. Quando chovia, a gente tirava a camisa e ficava na chuva, mas cobria os aparelhos. Era coisa de pai para filho. Foi assim... Fatos considerados comuns, porém importantes de serem lembrados”, recordou seu Humberto Carvalho.
“Naquela época, as pessoas passavam a noite toda jogando confete, serpentina, lança perfume, era uma grande festa de arte, com belíssimas fantasias. Nas festas de final de ano, nós preparávamos uma programação de músicas especiais para a época. Naquele tempo não existia Réveillon na praia. A virada de ano era comemorada em casa, com a família e amigos e por isso a gente fazia uma programação diferente para agradar os ouvintes”, frisou. “Na Praça do Pirulito, era onde existiam as melhores festas de Maceió. Ali, era Pastoril, Chegança, todo o folclore alagoano se concentrava ali, e tudo era transmitido. Agora, as pessoas têm medo até de sair de casa para brincar o carnaval, pela violência. Voltar àquela época é sempre gratificante e emocionante”, disse emocionado.
O entusiasta da comunicação também relembrou os momentos de trabalho em que produzia as novelas na rádio. Ele conta que fazia novela para o povo sem que ele visse, com efeitos sonoros em que, pela música, o ouvinte sabia se a cena era triste ou não. “Era mais trabalhoso, artesanal, o disco era de cera, com agulha de aço, mas fazia gosto a gente fazer”, acrescentou.
Desabamento
Primeira matéria foi ainda na fase experimental
O sonoplasta Humberto Calheiros Carvalho lembra a primeira reportagem externa da Rádio Difusora, em 1948, quando uma barreira localizada na Rua Barão de Atalaia, no bairro do Centro de Maceió, desabou.
“Como a rádio estava em fase experimental, aproveitamos para colocar a primeira reportagem no ar. A rádio fez a primeira reportagem para avisar a população sobre os riscos, que não saíssem de casa. A reportagem alertava a população sobre o desabamento da barreira, os riscos causados e que ainda poderiam causar”, declarou um dos pioneiros da fundação da rádio.

Seu Humberto lembrou que o transmissor da rádio foi instalado onde hoje é o Tribunal de Contas de Alagoas, no bairro do Farol, e a rádio funcionava na Rua Pedro Paulino, no antigo Jardim Infantil, na Praça dos Palmares, no Centro de Maceió.
Inauguração
No dia 17 de agosto de 1948, a rádio entrou no ar em fase experimental até o dia 16 de setembro, quando foi inaugurada de forma oficial.
Com entusiamo, Carvalho conta que ficava das 21 horas às seis horas da manhã no controle do som, na fase experimental, isto é de teste da emissora. 
Difusora enfrentou crítica e se diferenciou
Em uma matéria escrita pelo jornalista Carvalho Veras (falecido), obtida por meio de seu filho, o historiador Petrúcio Veras, quando a Rádio Difusora fazia 35 anos, o profissional salientou que a passagem de mais um aniversário da Difusora, embora marcada por apatias e críticas de muitos, pois Maceió era a única capital desprovida de uma rádio, não causou desânimo nos agentes que lutaram por ondas sonoras independentes de outras unidades da federação.
Carvalho Veras trouxe à tona na matéria o primeiro diretor-geral da Rádio Difusora de Alagoas, que foi o professor Mário Marroquim, que revestiu a emissora no Estado com características culturais.
No dia da inauguração da Difusora para abrilhantar aquela data ilustre, dois convidados especiais marcaram a celebração, os cantores Cauby Peixoto e Paulo Molin. Jorge Sá foi o locutor que colocou a rádio no ar pela primeira vez, com a chamada “Caçula das Américas”.
De acordo com seu Humberto Carvalho, um dos fundadores da Difusora, o trabalho na rádio era sempre realizado com ansiedade, “já esperando chegar o outro dia”, disse.
Na inauguração, no dia 16 de setembro de 1948, quatro locutores entraram no ar: Odete Pacheco, Jesualdo Ribeiro, Jorge Sá e Aldemar Paiva, “este último é quem pode estar vivo, mas está em Recife”, comenta seu Humberto.
Durante a programação da rádio, eram comuns as apresentações de artistas dentro do estúdio, como a do grupo do cantor e radialista Claudius Jucá, um dos fundadores da Difusora.


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