quarta-feira, 25 de abril de 2012

RODELÃO6970 TECNOLOGIA

 RODELÃO6970  O RÁDIO DIGITAL VEM AI










O chamado rádio digital, assim como o rádio analógico, é um sistema de radiodifusão que utiliza o espectro eletromagnético para transmitir sons. No caso do rádio analógico, o sinal de áudio é modulado diretamente em FM ou AM. No digital, o áudio é primeiramente digitalizado e sua sequência binária é modulada por algum padrão de codificação digital para então ser transmitido pelo ar de forma muito semelhante à uma rádio analógica, envolvendo tradicionais elementos como torre e antenas.
Entre as principais vantagens do rádio digital sobre o analógico podemos citar: melhoria na qualidade do áudio, multiprogramação, transmissão de dados (textos, fotos, informações de trânsito, alertas de emergência, etc.), cobertura de uma mesma área com menor potência e a otimização do espectro eletromagnético.

Contexto

O rádio digital no Brasil começou a ser pensado e testado em meados da década de 2000. Em março de 2010, o Ministro das Comunicações Hélio Costa publicou a portaria 290 que institui o SBRD: Sistema Brasileiro de Rádio Digital, dando disposições sobre os pré-requisitos que o sistema deveria atender.

Testes

Atualmente, dois padrões de rádio digital estão sendo considerados para servir como base técnica para o SBRD: O DRM e o HD Radio.

Características dos padrões DRM e HDRadio

O DRM (Digital Radio Mondiale), em português, Rádio Digital Mundial, é um padrão de rádio digital desenvolvido por um consórcio global de nome DRM, com sede na Suíça e representações em vários países.
É um padrão “aberto”, sendo o único padrão de rádio digital reconhecido pela UIT (União Internacional de Telecomunicações) que pode funcionar em todas as bandas de radiodifusão sonora terrestre nas faixas de Ondas Médias, Ondas Tropicais, Ondas Curtas e o VHF (faixa das rádios FM).
Apresenta-se como um padrão de última geração, que começou a ser pensado em 1999 e, hoje em dia, está sendo testado em várias partes do mundo, inclusive no Brasil e já em fase de implementação na Rússia e Índia. O DRM foi criado com o objetivo de ser um padrão mundial e aberto, não de um país ou continente específico.
O HD Radio é o padrão utilizado nos Estados Unidos e desenvolvido por uma empresa chamada Ibiquity. Esse padrão não tem modo de operação para transmitir na faixa de Ondas Curtas e tem a característica de possuir segredos industriais em sua norma. Além dos Estados Unidos, apenas o México adotou recentemente este padrão.
Observando a nova “situação global”, pensamos ser importante que o Brasil aponte para uma política autônoma, interligada com as necessidades e demandas nacionais e regionais, e que traga benefícios culturais, educacionais, econômicos e geopolíticos além de fortalecer ações de descolonização, deslocando o eixo das decisões tecnopolíticas.
No que se segue, citamos os principais pontos a serem observados para essa escolha e os argumentos que tornam o DRM o melhor padrão para o SBRD.

Economia

A indústria nacional já incorporou todos os aspectos tecnológicos da TV Digital. Hoje em dia, empresas brasileiras (como a Linear) vendem mais transmissores do que a japonesa NEC em território brasileiro. Não há razão para que a implantação do SBDR com DRM, por exemplo, não siga o mesmo caminho da TV Digital. Por ser um padrão aberto, o DRM permite que possamos desenvolvê-lo totalmente em território nacional. Além disso, existem implementações da demodulação, decodificação e codificação do sinal DRM em software livre.
Possibilidades que a indústria nacional pode incorporar:
  • Fabricação de chipset para recepção DRM (inclusos AM e FM);
  • Fabricação de receptores móveis, portáteis e automotivos;
  • Integração do receptor em aparelhos celular, tablet e GPS;
  • Fabricação de moduladores, Content Servers e transmissores;
  • Fabricação de equipamentos de análises e medições.
Já na área de serviços, as possibilidades são infinitas, semelhantes às possibilidades apresentadas pela TV Digital. Dentre elas, podemos citar o desenvolvimento de aplicativos e tecnologias em educação, cultura, serviços de interesse público, publicidade e produção de conteúdo em geral, podendo ser desenvolvidos tanto pelo poder público quanto pela iniciativa privada, centros de pesquisa, universidades, e organizações da sociedade civil.
O Ginga, padrão de interatividade da TV Digital brasileira, poderia ser também adotado como o padrão de interatividade para o Rádio Digital necessitando apenas de pequenas adaptações.
Com a adoção do DRM e a participação da indústria nacional neste processo, abrem-se as portas para mercados internacionais, notadamente na América do Sul e demais países que adotarem o padrão DRM, como África e Ásia. Apenas o Brasil já contribuirá com mais de 10 mil emissoras de rádio para digitalização global. Sem dúvida alguma o rádio é o meio de comunicação mais presente no cotidiano da população.

Tecnologia

O DRM usa o estado da arte em transmissão digital. É reconhecido pela UIT e faz uso de tecnologias estabelecidas como é o caso do codec de áudio conhecido mundialmente pela sigla “AAC”. Este padrão de áudio é o mesmo utilizado no padrão de TV digital brasileira. Esse fato permite a interoperabilidade entre os sistemas de TV e o rádio digital DRM.
Proposto como padrão mundial, o DRM é o único padrão de rádio digital que transmite em Ondas Curtas e Ondas Tropicais, característica que possibilita o fornecimento de serviços com boa qualidade para áreas vastas, como faz a Rádio Nacional da Amazônia, com cobertura em todo o norte do país, por exemplo.
O sistema HDRadio, por outro lado, usa um codec de áudio que é “segredo industrial”, propriedade de uma empresa privada, inexistindo norma internacional que o descreve em sua totalidade.
O DRM possibilita a otimização do espectro de forma a permitir que mais emissoras possam transmitir simultaneamente. O DRM, assim como o HDRadio, permite a multiprogramação e a transmissão de dados digitais de qualquer natureza.
Somente o DRM tem incluso em seu sistema um módulo que pode fazer transmissão de vídeo em baixa resolução. Para a faixa de Ondas Médias (AM), o DRM permite sua revitalização através da melhoria da qualidade do áudio e da agregação de serviços. Para faixa do VHF (FM), permite todas as qualidades de um amplo sistema de rádio digital como áudio estéreo, surround 5.1, multiprogramação, já citados anteriormente.
A faixa dos canais de TV VHF (após o apagão da TV analógica em 2016) também poderá ser utilizada para o rádio digital de forma que novos tipos de radiodifusão possam ter espaço para emergir.
O DRM está homologado pela ITU para ser utilizado como o “único sistema mundial de rádio digital terrestre para qualquer frequência entre 0 e 174 Mhz”. Portanto, o DRM já está pronto e é o único sistema digital permitido para ser utilizado nas “possíveis” novas faixas de rádio, como a já sugerida faixa estendida de VHF – “eFM” (76 a 88 Mhz).

Geopolítica

A nova geopolítica global, com importância crescente dos países em desenvolvimento, novos eixos econômicos, vitalidade das expressões culturais e criativas e inevitabilidade das interligações planetárias, exige do Estado brasileiro uma posição de independência e pioneirismo, criando os meios necessários para que se construam as infraestruturas técnica a serem adotadas no sentido de uma contribuição para a construção desta nova geopolítica. A comunicação aparece como eixo central neste movimento.
Assim como aconteceu no processo de adoção do sistema de TV Digital, espera-se que a América do Sul apoie-se no Brasil para suas decisões nacionais. Com isso, espera-se do país responsabilidade politica e coerência com os processos de integração continental.
As recentes “leis de meios” aprovadas por países como Uruguai, Bolívia e Argentina mostram um esforço para uma utilização mais coerente do espectro eletromagnético e uma atenção para as políticas públicas no panorama das comunicações. Indicação esta que pesa na decisão brasileira de adotar um sistema que contemple as complexidades sociais, geográficas e demográficas do Brasil, porém com vistas a uma realidade maior que é a da integração do continente sulamericano.
Atualmente, com o debate em torno do novo marco regulatório das comunicações no Brasil, abre-se espaço para a discussão, por exemplo, da destinação dos canais 2 a 4 da TV analógica (após o apagão analógico em 2016) para a radiodifusão digital, fato que possibilita uma nova utilização pela sociedade do meio rádio. Este debate é de fundamental importância para uma reinvenção geopolítica do rádio e para o estabelecimento de marcos políticos e legais que potencializem seus novos desenvolvimentos, utilizações e economias.
O HDRadio, por sua vez, foi concebido para contemplar uma realidade geográfica e sócio-econômica norte-americana que difere significativamente das necessidades políticas e legais para o rádio na América do Sul.

Cultura e Educação

Com os argumentos apresentados e considerando os extensivos testes com o DRM por parte do Ministério das Comunicações, Inmetro, Anatel, universidades e radiodifusores, acreditamos que este padrão não apresenta nenhuma deficiência com relação ao HDRadio. O DRM não limita as possibilidades de avanços nacionais do Sistema Brasileiro de Rádio Digital e oferece ampla gama de possibilidades para seu desenvolvimento nas várias esferas da sociedade.
Assina este texto a equipe DRM-Brasil - uma organização informal, sem fins lucrativos, para a qual todos os membros trabalham de forma voluntária, sem nenhum vínculo ou soldo proveniente do Consórcio DRM.

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