ELETROMAGNETISMO VIABILIZA ANTENAS DENTRO DE CHIPS
Descoberta sobre eletromagnetismo
Se a onda tecnológica atual dava a
impressão de que já sabíamos tudo sobre o eletromagnetismo e a
transmissão de dados por meio de antenas, ficou claro agora que essa era
uma suposição ilusória. Uma nova descoberta não apenas complementa e
estende as teorias atuais, como também tem implicações práticas
imediatas para a melhoria da própria tecnologia, com grande impacto no
campo das transmissões via rádio, hoje mais conhecidas pelo termo wireless (sem
fios). Físicos acabam de apresentar uma nova descrição da natureza mais
íntima do eletromagnetismo que torna possível a construção de antenas
pequenas o suficiente para serem inseridas dentro dos chips de
computadores, tablets e celulares. E, no nível mais fundamental, a nova
descrição alinhava uma ponte entre as teorias da física clássica e da
mecânica quântica.
Dimensões das antenas
O entendimento atual das ondas
eletromagnéticas vem do trabalho de James Clerk Maxwell, feito há mais
de 150 anos, que estabelece que as ondas eletromagnéticas são geradas
pela aceleração dos elétrons. Impulsionados por uma corrente elétrica,
os elétrons aceleram e geram a radiação eletromagnética, ou ondas de
rádio, que podem então ser dispersas pelo espaço através das antenas – a
chamada radiação eletromagnética. Ocorre que, para emitir e captar
essas ondas, as antenas precisam ter dimensões que são determinadas pelo
comprimento das ondas usadas nas transmissões – dimensões estas que são
incompatíveis com as dimensões dos circuitos eletrônicos
ultraminiaturizados da atualidade. Dhiraj Sinha e Gehan Amaratunga, da
Universidade de Cambridge, no Reino Unido, descobriram agora que não
precisa ser assim.
Teoria incompleta
Os físicos sabiam que a teoria de
Maxwell era incompleta há várias décadas, desde que foram descobertos
materiais conhecidos como sólidos dielétricos, que normalmente agem como
isolantes, nos quais os elétrons não estão livres para se mover – mas
esses materiais dielétricos geram e emitem radiação
eletromagnética. Além disso, o fenômeno da radiação devido à aceleração
dos elétrons não tem uma contrapartida na mecânica quântica, onde se
assume que os elétrons saltam entre estados discretos de energia. Apesar
da incompletude da teoria, isso não impediu que esses materiais fossem
usados na prática: os ressonadores dielétricos são a base das antenas
dos telefones celulares, por exemplo. Os dois pesquisadores descobriram
agora que o fenômeno da radiação eletromagnética não precisa ser gerado
apenas pela aceleração dos elétrons: ele é gerado também por um processo
chamado quebra de simetria.
Quebra de simetria do campo elétrico
Em física, a simetria é uma indicação de
uma característica constante de um aspecto particular de um sistema.
Neste caso em particular, quando os elétrons estão em movimento no
material, há uma simetria do campo elétrico. Usando uma película muito
fina de material piezoelétrico,
a dupla demonstrou que é possível quebrar a simetria do campo elétrico
aplicando um tensão assimétrica ao material. Isto gerou uma radiação
eletromagnética que se espalha pelo espaço livre ao redor, demonstrando
que o material pode funcionar como uma antena mesmo em escalas
nanométricas.
Assim, a radiação eletromagnética
emitida pelos materiais dielétricos é gerada tanto pela aceleração dos
elétrons nos eletrodos metálicos conectados a eles, como Maxwell previu,
quanto pela quebra de simetria do campo elétrico gerada pela chegada
desses elétrons no material isolante. Além de permitir fabricar antenas
dentro dos próprios chips, a descoberta pode ser o elemento que faltava
na teoria eletromagnética. “Eu não estou sugerindo que nós tenhamos
descoberto alguma grande teoria unificadora, mas esses resultados vão
ajudar a entender como o eletromagnetismo e a mecânica quântica se
cruzam e se juntam. Eles abrem um enorme conjunto de possibilidades a
serem exploradas,” disse Amaratunga.
Aplicações práticas
A descrição deste novo fenômeno terá
efeitos práticos imediatos, não apenas para os telefones celulares e
para as redes sem fios, mas também para tecnologias que estão dependendo
de um impulso de miniaturização para decolar, como a Internet das Coisas, que depende de transmissores e receptores sem fios muito pequenos – algo limitado pela atual dimensão das antenas. Os
materiais piezoelétricos usados no experimento podem ser fabricados na
forma de filmes – ou películas muito finas – usando semicondutores como o
niobato de lítio, o nitreto de gálio ou o arseneto de gálio, todos bem
conhecidos da indústria eletrônica e totalmente integráveis no interior
dos chips.
Fonte da notícia: Inovação TecnológicaFonte da notícia: Inovação Tecnológica
PU7BGP GILVAN PEREIRA DA SILVA BRANCO
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