Em evidência nas últimas semanas por conta do desaparecimento do ×Boeing
da Malaysian Airlines, as ditas “caixas pretas” são na realidade
laranja, bem mais fácil de avistar durante as buscas em águas profundas.
Caixa preta do avião da ×Air France no momento do resgate em 2009
O Underwater Locator Beacon (ULB), ou
localizador beacon subaquático, é o dispositivo que transmite um sinal
ultrasônico para que as equipes de resgate localizem as caixa pretas. Na
realidade são duas, uma que contém os dados das últimas horas do voo e
outra que grava as últimas horas de comunicação, seja via rádio ou
interna.
Esse beacon é uma peça relativamente
pequena, lembra muito aqueles capacitores eletrolíticos do passado, com
comprimento por volta de 10cm e pouco mais de 3cm de diametro.
Detalhe do beacon preso a “caixa preta”.
Um sensor de humidade na extremidade
esquerda do beacon (foto) ativa o dispositivo quando submerso em água. A
partir daí ele começa a transmitir um pulso ultrasônico de 10ms de
duração a cada segundo na frequência de 37.5 KHz.
Pulso de 10ms a cada segundo em 37.5 KHz.
Sua potência acústica varia de 160.5 dB
a 180dB, permitindo um alcance entre 2 a 5 Km, dependendo de muitas
variáveis, como a profundidade que se encontra, temperatura das águas,
condições metereológicas da superfície ou até mesmo interferências.
Utiliza uma bateria de lítio de 7.2V com
capacidade sufuciente para pouco mais que 30 dias de transmissão. Os
fabricantes recomendam a troca de bateria a cada 2 anos, o que fica por
conta das companhias aereas. Infelizmente existem relatos de baterias
que nunca foram substituidas. O preço de um beacon desse tipo varia
entre U$600 à U$1500.
Segundo estatísticas recentes, a taxa de
sucesso na recuperação de caixas pretas por causa dos beacons é de 90%
nos últimos 27 acidentes aereos de grandes aeronaves.
O dispositivo utilizado para detectar os pulsos do beacon é um sensor ultrasônico chamado de ×Towed Ping Locator,
que em português seria algo como “Localizador de Ping Guinchado”. Esse
dispositivo é preso a um navio que o arrasta pelas águas em busca dos
sinais. Normalmente esse procedimento é feito após a identificação de
destroços na área a ser buscada. Buscar por sinais do beacon no mar sem
que haja sinais de destroços é como procurar uma agulha num palheiro.
Militar segura um beacon junto ao localizador ultrasônico.
Por João Roberto S. Gândara Ferreira, PY2JF.
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